sábado, 28 de fevereiro de 2009

* Econovida *

Econovida

Dr. Hugo Eduardo Meza Pinto*


Muita gente tem aversão quando ouve falar de economia ou de economistas. Principalmente as pessoas que acreditam que a economia está ligada à crise ou ao desequilíbrio. Há uma piada que diz que a primeira profissão no mundo foi a do economista porque no início tudo era um caos...

Embora essa tirada seja engraçada, esconde um preconceito muito comum. Afinal, é melhor dizer que determinada ciência ou conhecimento é difícil ou incompreensível do que tentar entendê-la. Assim, a economia vai se tornando uma ciência elitista dominada por poucos. Já viram como tem tanto ex “alguma coisa” dando opiniões sobre a economia? Poderíamos perguntar para essas pessoas por que nos seus mandatos eles não fizeram nada daquilo do que estão propondo agora. Se houver resposta (aliás, os economistas sempre temos uma resposta para tudo) seria do tipo: “os tempos são outros”, “a realidade mudou” etc. Nada disso justifica o fato de que nesse caso é “melhor fazer o que se fala e não fazer o que já se fez”. Outro problema que justifica a aversão à economia é o “economês”. Entendida como língua que somente os economistas entendem e falam, esse dialeto é usado e abusado para explicar desde coisas complexas, como a crise financeira, até o modo de proceder para realizar uma simples aplicação na poupança. Desconfio que nós, economistas, falamos economês para tentar mostrar aos leigos que somos mais inteligentes ou que dominamos o assunto. O resultado desse vício é a aversão sinistra que se tem pela economia e pelos economistas. Como mudar isso?

Em 2004 o economista americano Steven Levitt e o jornalista, também americano, Stephen J. Dubner se juntaram para lançar o livro "Freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que nos afeta". Com uma linguagem acessível, sem chegar a ser simplista, os autores abordaram assuntos da vida das pessoas comuns e os ligaram à economia. Um das perguntas que fizeram e responderam foi: o que mata mais crianças nos Estados Unidos, ter uma arma em casa ou uma piscina? A resposta foi ter uma piscina. Mas a dedução dessa pergunta não foi feita encima de achismos ou palpites, e sim de análises de dados e indicadores de mortalidade de crianças americanas por acidente nas suas próprias casas. O livro foi um marco para mostrar às pessoas comuns que a economia, se bem usada, pode explicar desde casos do dia-a-dia a casos complexos. Depois desse livro surgiria a área da economia destinada a entender de forma simples e clara a vida das pessoas e seu relacionamento com o meio que as envolve. Essa área foi batizada como economia empírica. Atualmente, existe uma ampla literatura sobre o tema – felizmente para a imagem de nós, economistas chatos.

A economia, como toda ciência, nos permite circular entre a abstração teórica e a realidade aplicada, é só fazer o esforço de enquadrar e focar a análise. Assim como o fizeram os gênios Albert Einstein (físico), Louis Pasteur (químico), Stephen Hawking (físico), dentre outros, é possível usar a teoria para explicar fatos concretos de forma direta e simples sem chegar a ser confuso e complexo demais. Esse esforço tem de ser realizado por todos nós.

A economia pode servir também para explicar coisas singelas e, ao mesmo tempo, importantes como, por exemplo, a vida.

No século XVIII, uns economistas identificados como Clássicos, disseram que um dos objetivos do ser humano era maximizar o seu bem estar; mas para chegar a esse estágio, todos nós teríamos que realizar escolhas, já que os nossos desejos sempre seriam ilimitados ao contrário dos recursos que, sim, seriam limitados. O tipo de escolhas, portanto, seria vital para maximizar o bem estar procurado, seja individual ou coletivo. Esses economistas também nos ensinaram que há uma contradição entre o lazer e o trabalho. Na medida em que trabalharmos mais, nos sobrará menos tempo para o lazer. Se optarmos pelo inverso, quanto menos trabalho, mais tempo pro lazer teremos. Porém, com menos dinheiro para poder desfrutar disso. Nesse sentido, a procura pela felicidade e o bem estar seria um árduo e incansável labor de escolhas diárias. Essas escolhas não precisam ser eminentemente racionais ou irracionais, simplesmente devem procurar nossa felicidade. Como cada um de nós possui um modo particular de ver a felicidade, cabe a cada um de nós procurá-la da nossa forma. No século XIX, o sociólogo Karl Marx, contribuiu, sobremaneira, com a procura do entendimento da sociedade identificando ao homem como um ser social histórico com capacidade de trabalhar e desenvolver a produtividade do trabalho. Esse fato possibilitaria o progresso de sua emancipação da escassez da natureza, o que proporcionaria o desenvolvimento das potencialidades humanas. Mas para Marx, essa procura pela felicidade estaria sempre caracterizada pela luta entre trabalhadores e os donos do poder e do capital. Já no início do século XX, o economista John Maynard Keynes entendia que o meio sempre tenderia ao desequilíbrio, ou seja, para encontrar o bem estar seriam necessárias forças externas para conseguir o bem estar coletivo já que o simples fato de realizar boas escolhas não garantiria o equilíbrio. Obviamente, esses conceitos acima citados tiveram um forte cunho econômico, mas, em um esforço mais amplo, podemos utilizá-los para tratar da vida.

Portanto, posso dizer, que a economia, longe de ser chata, nos ensina de qualquer maneira, seja de forma abstrata ou aplicada, a interpretar o que todos nós temos de mais precioso, as nossas vidas.


* Professor e coordenador do curso de Ciências Econômicas das Faculdades Santa Cruz de Curitiba.

- O blog "Econo-Mind", é um espaço de divulgação das idéias de alunos, professores, ou quaisquer interessados em expôr seu ponto de vista com o objetivo de mostrar a importância da formação do economista na sociedade.

- Cada artigo é de responsabilidade dos autores e as idéias nele inseridos, não necessariamente, refletem o pensamento dos administradores do blog.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

O mundo sob a visão Econo-mind


Nós, W. Junior (Walcir Junior), e Priscila Saito, ambos alunos de Ciências Econômicas, sempre tivemos uma visão muito parecida do mundo. Talvez não concordemos em tudo, até porque cada um de nós tem um talento aprimorado para coisas distintas, mas percebemos ao longo de dois anos, que podíamos usar isso para alguma coisa. E a cada conversa (todas longas, diga-se de passagem), uma ideia aumentava com muito entusiasmo, no intuito de discutir, de criar e de compartilhar entre as pessoas que nos cercam. E continua aumentando...

A idéia de criar um blog surgiu ainda ano passado, quando percebemos que diferente de alguma conversa que temos com um amigo que encontramos no supermercado, os nossos "papos" dariam ótimas críticas, ou mesmo abririam a mente para um bocado de assuntos. Eram tantos assuntos e opiniões que nos deixavam veementemente pensativos. Uma conversa entre nós era e continua sendo uma fonte inesgotável, onde o surgimento de muitas dúvidas, que são acrescidas de tentativas de compreensão das mesmas, anisavam nossa mente pela sede de conhecimento.

Então, com uma ajuda recíproca, criamos o Econo-mind (Mind além de mente em inglês, significa Mentes Inteligentes com Notoriedade e Determinação), um blog para falar sobre economia, e falar sobre e TUDO, ou seja, provaremos que a economia existe em todas as coisas, e que não podemos escapar dela.

TODOS OS ALUNOS, PROFESSORES, E INTERESSADOS podem e DEVEM postar suas idéias.

Queremos ter as mais diversas visões aqui, e mostrar que nem sempre apenas UM ponto de vista tem razão. Todos nós podemos compartilhar a maior riqueza que possuímos: O CONHECIMENTO!

A sorte está lançada! Desejamos ao Econo-mind, que se torne um ponto de encontro para alunos críticos e incomodados (no melhor sentido da palavra) como nós!

W. Junior, e Priscila Saito, alunos do 5º período de Ciências Econômicas – Faculdades Integradas Santa Cruz. - Inove.